Nomofobia: você sabe o limite do uso do aparelho celular?

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Dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios apontam que, no Brasil, as mulheres tem usado mais o celular do que os homens. Enquanto 77,3% deles utilizam o aparelho, 78,6% delas são adeptas ao uso do smartphone. Mas é unânime: toda a população está cada vez mais grudada ao seu telefone, prova disso é que a média de uso entre os brasileiros é a maior do mundo, quatro horas e 48 minutos.

É inegável, porém, que o smartphone traz muita praticidade para o dia a dia. Contudo, você sabe quais são os limites do uso do aparelho? O vício em celular é cada vez mais comum, por isso, o Mulher Conectada conversou com a psicóloga Andréa Leão que explicou um pouco sobre a nomofobia – medo irracional de ficar sem o telefone celular, que é o nome dado ao vício – e como deve ser nossa postura mediante ao uso do telefone para não cair no vício.

Ela explica que inúmeros fatores nos levam a dependência do celular. “Um deles é a superexposição. Nesse momento de pandemia, trabalho home office, isso pode ser agravado pois tendemos a usar mais o aparelho do que precisamos. Por isso é importante se atentar aos comportamentos e a frequência disso. O vício no celular é muito semelhante à dependência química, compulsão por compras, compulsão alimentar. Até porque a área cerebral acionada é a mesma, que é o sistema de recompensa. Ele é responsável pela sensação de prazer do ser humano”.

O uso excessivo de aplicativos tem sido o principal motivo da superexposição. “O whatsapp, notícias online, jogos e redes sociais de um modo geral são agravantes. Os aparelhos hoje em dia comportam muitos apps e, com isso, estão todos na nossa mão. Nós checamos a previsão do tempo, lemos sobre os assuntos que nos interessa, acompanhamos a quantidade de água que tomamos e mais inúmeras coisas. Tudo isso faz com que a gente passe muito mais tempo no aparelho do que gostaríamos. Se isso for recorrente, pode se tornar uma dependência”.

A especialista adiciona que alguns sinais de que o uso do aparelho está exagerado podem ser observados. “O tempo que a pessoa passa com o aparelho na mão. Se esse período a incomoda, ou seja, se ela está usando mais do que gostaria. Quando o sujeito acaba deixando outras atividades que considerava prazerosas em função do uso prioritário do celular. Outros sinais são a insônia, irritabilidade e necessidade de estar conectado o tempo todo”.

Ela acrescenta que a namofobia pode trazer vários impactos para a vida da pessoa. “Ela acarreta um prejuízo social, pois a pessoa reduz seu convívio direto. Isso impacta no trabalho, causa ansiedade e irritabilidade. O vício também traz consequências físicas, pois a pessoa pode ter problemas no pescoço, ombro e coluna devido a postura de ficar segurando o aparelho. Há também um risco a segurança, pois a pessoa fica dispersa ao andar na rua, por exemplo”.

Andrea apontou algumas atitudes que podem auxiliar na diminuição do uso. “Desinstalar aplicativos desnecessários e tirar as notificações. Além disso, a pessoa pode inserir outras atividades prazerosas na sua rotina, fazer algum artesanato, ler e cozinhar, por exemplo. A pessoa também pode estabelecer horários para checar suas mensagens e utilizar as redes sociais. Desligar o aparelho antes de dormir e não dormir com ele do lado também é muito importante”.

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